segunda-feira, 12 de julho de 2010

Sr. ZÉ PILINTRA

Os seus pontos cantados realçam sua fama:
De madrugada quando vou descendo o morro.
A nega pensa que eu vou trabalhar.
Eu boto meu baralho no bolso.
Meu cachecol no pescoço.
E vou pra Barão de Mauá!
Mas trabalhar, trabalhar pra quê?
Se eu trabalhar eu vou morrer.
Na umbanda, todas as práticas e incorporações de Zé Pilintra estão voltadas para a caridade, assistência espiritual e material.
Chamado também de advogado dos injustiçados, é devoto de Santo Antônio.
Apesar da fama de marginal, este guia espiritual é considerado um dos grandes mestres da vida, ajudando aqueles que já sem esperanças, sentem-se impotentes diante das adversidades que êle, Zé Pilintra, considera a colheita dos frutos amargos que as próprias pessoas semeiam durante a vida.
Dizem ser ele protetor também daqueles que têm problemas com a polícia, pois, por experiência própria, sabe como lidar com estas situações como nenhum outro.
Uma de suas características que mais contrasta com a imagem de malandro, é pregar a humildade acima de tudo pois a vaidade, diz este mestre, é um atraso para o crescimento espiritual. Pois aqueles que se acham muito espertos e "malandros" geralmente se metem em situações complicadas e por vezes perigosas. E como diz um adágio da Umbanda: "Semear é opcional, mas a colheita é obrigatória."
Nos terreiros de Umbanda em que se manifesta, sua presença é muito festejada sua figura muito respeitadas. Baixando muitas vezes durante as giras de exú, quando então bebe de tudo e fuma cigarro. Dá conselhos e ensina pequenos feitiços para resolver alguns embrólios do público consulente. Irreverente com os homens e galanteador com as mulheres, sua incorporação é marcada por uma curiosa mistura de auxílio humanitário e sarcasmo, quase sempre fazendo gozações e provocações.
Embora não tenha uma guia de côr específica, pois seus trajes o identificam, em alguns terreiros um colar de coquinhos é usado, lembrando a sua origem no Catimbó nordestino. Muitas vezes um simples chapéu branco tipo panamá ou um lenço vermelho no pescoço é tido como seu emblema.
Quanto às suas oferendas, o mais comum são garrafas de cachaça, maços de cigarros, charutos de boa qualidade e por sua proximidade com exú, ás vezes, uma farofa de linguiça com azeite de dendê num alguidar de barro no qual se coloca por cima dados e principalmente um baralho de cartas que não seja de plástico.
Nos terreiros em que praticam o culto do Catimbó, uma oferenda comum é o cuscus de peixe por ser considerado uma comida simbólica de saúde e prosperidade. A bebida é feita com as fohas da Jurema preta, milho gengibre, rapadura e funciona como uma panacéia com qualidades afrodisíacas.
Devemos destacar ainda que na Kimbanda existe um exú Zé Pelintra. Que não tem ligação com o mestre do Catimbó ou da falange os malandros da Umbanda. É um exú que se veste de branco, usa chapéu e carrega sempre uma navalha, sua arma preferida. É por tido por alguns como manifestação grosseira, ligado ao lado negativo do astral. Porém seus defensores argumentam que esta incorporação é uma escolha das entidades, como uma missão de superação Kármica e que todos têm a sua luz espiritual, podendo indistintamente, fazer tanto o bem como o mal. Sua missão é mostrar àqueles que estão trilhando o caminho da marginalidade, do crime e da prostituição o erro cometido, ajudando-os a resolver as difíceis situações em que se envolveram. Sua apresentação semelhante à Umbanda, é divertida, bebem muito, de forma inconsequente, ávidos de desfrutar o momento, são generosos, compartilhando o que tem com os fiéis e dando conselhos inesperados para a solução de problemas considerados dificílimos de resolver. Tem um código de honra dentro dos padrões da malandragem, em que a falsidade não entra e a amizade é para sempre em todos os momentos bons e maus.
Por sua ajuda à bandidos e criminosos é considerada uma entidade maléfica por alguns, mas a apologia defendida por seus seguidores é que somos todos filhos de Deus, não importa o erro que tenhamos cometido, ainda temos a chance de salvação.
O culto à Zé Pilintra, apresenta algumas modificações e discrepâncias entre vários terreiros. Dizem alguns que Zé Pilintra não deve ser "assentado", pois é um espírito vivo, um mestre ascencionado e não pode ser aprisionado por nenhum ritual mágico. Mas por outro lado, devido a similaridade de sua liturgia com exú, alguns terreiros fazem um pequeno altar particular, com seus objetos favoritos e colocam oferendas comuns ao culto de exú, garantindo que ele estará sempre presente ali enquanto continuar a ser cultuado desse modo.
Uma característica comum nos rituais umbandistas são as preces dirigidas aos seus guias espirituais. Estas orações carregam todas as cores da mistura religiosa brasileira nas quais encontramos os orixás africanos, os caboclos indígenas e as almas iluminadas segundo a crença kardecista e a fé cristã.

PRECE A ZÉ PILINTRA

Salve Deus, Pai Criador de todo o universo!
Salve Oxalá, força Divina do amor, exemplo
vivo de abnegação e carinho.

Bendito seja o senhor do Bonfim!
Bendita seja a Imaculada Conceição.

Salve Zé Pilintra, Mensageiro de Luz, guia e
protetor de todos aqueles que em nome de
Jesus praticam a caridade.

Dai-nos, Zé Pilintra, o sentimento suave que
se chama misericórdia. Dai-nos o bom
conselho. Dai-nos a proteção quando
puderdes. Dai-nos o apoio, a instrução
espiritual de que necessitamos para darmos
aos nossos inimigos o amor e a misericórdia
que lhe devemos por amor de Nosso Senhor
Jesus Cristo, para que todos os homens sejam
felizes na terra e possam viver sem
amarguras, sem lágrimas e sem ódios.
Tomai-nos, Zé Pilintra, sob a vossa proteção;
desviais de nós os espíritos atrazados e
obsessores, enviados pelos nossos inimigos
encarnados e desencarnados e pelo poder as
trevas.
Iluminais nosso espírito, nossa alma, nossa
inteligência e o coração, abrasando-nos nas
chamas do vosso amor por nosso Pai Oxalá.

Valei-me, Zé Pelintra, nesta necessidade, e
concedendo-nos a graça de vosso auxílio junto
a Nosso Senhor Jesus Cristo, em favor deste
pedido (fazer o pedido que desejar).
E que Deus Nosso Senhor, em sua infinita
misericórdia nos cubra de bênçãos e aumente
a vossa luz e a vossa força, para que mais
possas espalhar sobre a terra a caridade e o
amor de Nosso Senhor Jesus Cristo.

Paz na frente, Paz na guia.

Acompanham-me Deus e a Virgem Maria.
Deus que pode. Deus faz tudo quanto
quer. Deus há de fazer tudo quanto eu quizer.
Que os meus inimigos não me vejam nem de
noite, nem de dia, nem no pingo do meio-dia.

Louvado seja Deus, Senhor de Misericória,
Aleluia!

Jesus Cristo meu protetor, nossa mãe Maria
Santíssima, minha guia.

Com as três palavras ditas e as três palavras
retornadas da boca de Nosso Senhor Jesus
Cristo, eu me cruzo em nome de Deus pai,
Deus filho e Deus espírito Santo.

Que o manto de nossa Mãe Maria Santíssima,
me cubra contra os inimigos materias e
espirituais. Que o sangue de Nosso Senhor
Jesus Cristo derrame-se sobre minha cabeça
dando-me paz e sossego na fé de meu Pai
Oxalá.

Que a sombra do Cruzeiro, mestre
da cidade da Jurema abrige a todos
aqueles que me desejarem bem, e que
os meus inimigos tenham tanto sossego
como as ondas do mar, assim como era no
princípio, seja agora e sempre, por todos
séculos, dos séculos, que assim seja. Amém.

Um comentário:

Unknown disse...

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